Segundo Flavio Gicovate no seu livro “Como deixar de ser gordo”, é importante separar amor de sexo.
Amor é a busca de paz e harmonia perdidas com o nascimento através de uma união física e depois espiritual, com a mãe e mais tarde com substitutos adultos.
No primeiro ano de vida a criança começa a se conhecer a se pesquisar. Descobre que certas partes do corpo provocam uma sensação de excitação quando tocadas, uma espécie de nervosismo, que é sentido como muito agradável. Como a sensação é boa, existe a tendência à repetição, que só desaparece se for reprimida pelos adultos. Essas são as primeiras manifestações sexuais, chamadas por Freud de instinto da vida, porque impulsionam para a ação e para o movimento.
Nos 5 a 6 anos, surge outro tipo de excitação sexual: o prazer exibicionista.
Com 7 anos surgem as trocas de carícias, um excita o outro e vice-versa – começa então a imitação dos adultos. Uma brincadeira gostosa, simples e sem as complicações dos adultos.
Na adolescência as coisas se complicam. Riscos de uma gravidez indesejada e séria pelo grau de humilhação – uma ofensa terrivelmente dolorosa a vaidade – que as rejeições podem causar, inclusive na autoestima. Surge o desejo visual nos rapazes, quando eles sentem-se atraídos pelas mulheres em geral. As moças sentem que são desejadas e isto as excita demais.
Adolescentes gordos acham que não são desejados porque são gordos. O desejo de se tornarem atraentes funciona como estímulo e faz com que muitos consigam emagrecer, recriando um estilo de vida que envolve mais esportes e aprendendo a ter outra relação com a comida. Outros não conseguem emagrecer o suficiente e podem continuar a ter problemas de relacionamento com as moças.
As meninas que vão se transformando em moças razoavelmente atraentes, não têm grandes problemas. Fortalecem-se por se sentirem desejadas em termo de autoestima, se tornam mais vaidosas, se arrumam mais. Muitas meninas gordas se transformam em adolescentes esbeltas.
A questão é bastante complicada para as moças que se tornam muito atraentes e altamente cobiçadas e assediadas. Elas ficam com pavor de se deixarem envolver pela própria sexualidade. Um tipo comum de obesidade nas mulheres começa nesta época e envolve moças muito atraentes e que se reconhecem portadoras de um impulso sexual que elas julgam não serem capazes de administrar. Como a gordura faz delas menos interessantes e menos assediadas, elas se deformam com este intuito – inconscientemente. Substituem o prazer erótico pelo gastronômico. Para emagrecer vão precisar no futuro de uma estrutura racional para dar conta de sua sexualidade.
A obesidade funciona como defesa contra os impulsos sexuais, percebidos como exageradamente ameaçadores.
Muitas crianças gordas se transformam em adolescentes magras, em nome de um melhor resultado nesses jogos eróticos. Não deixaram de ser gordas, estão apenas disfarçadas de magras. Fazem dietas permanentes, se privam de doces.
Essas crianças, quando se casam no futuro, voltam a engordar. Saem dos jogos de conquistas e não têm mais necessidade de tamanhos sacrifícios e renúncias. Ao se desquitarem e estiverem no jogo de novo, voltam a emagrecer, para engordar outra vez quando estabelecerem um relacionamento afetivo estável. Isto acontece tanto com homens como com as mulheres.
Outra razão porque o casamento engorda é a vida mais regrada e menos movimentada.
Ver TV, comer pipoca e outras comidinhas, passam ser as atividades principais de muitos casais. Decepção com o casamento e suas dificuldades, ativa a sensação de desamparo e o apetite. A vida sexual depois do casamento não é mais a mesma, conduzindo na direção da mesa, que parece ser a grande fonte dos prazeres conjugais.
Welodimer Neustadter
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