Fim de ano costuma ser época de balanço, retrospecto e expectativas sobre o futuro, simultaneamente. Podemos lembrar daquilo que foi positivo e do negativo, focar num ou noutro aspecto. Conquistas, ganhos, evoluções… problemas, doenças e inimigos, todas estas coisas podem trazer lições, se soubermos analisar suas nuances.
Diante das adversidades, muitas pessoas mergulham em depressão e se posicionam passivamente, como eternas vítimas. Sentem-se injustiçadas, por tudo e por todos, revoltadas por estarem em dificuldade e perdem a oportunidade de aprender com certos desafios e crescer. Nesta recusa em encontrar seu ponto de equilíbrio, seguir em frente se torna impossível, em suas mentes. Você se identifica ou estranha esta dinâmica de visão de mundo?
Faça uma analogia entre a vida e um jogo de malabares. Eleja cinco “bolas”de assuntos que lhe sejam importantes, essenciais de serem mantidos vivos no ar naquele exato momento, vivos, em movimento. Quais aspectos você escolheria? Trabalho? Família? Saúde? Amigos? Espírito? Outros? Escolher prioridades é um exercício-chave para iluminar nossas preocupações e encontrar soluções (cri)ativas.
Roberto Shinyashiki, psiquiatra e escritor de O Poder da Solução, considera a “bola” do trabalho como a mais elástica, pois, ao cair no chão, tem a energia potencial daquilo que quica, bate e volta para cima, no salto. Já as outras quatro bolas, podem ser mais frágeis. Se elas caírem, sofrerão mais danos, quebrarão ou ficarão permanentemente machucadas. Como eleger as nossas prioridades, que se diferem em sua natureza, com seus riscos e apostas? É importante entender que este processo deve ser feito continuamente, de acordo com cada fase da vida.
Se entendermos os problemas como despertadores, que tentam acordar as pessoas para a vida, podemos vislumbrar oportunidades naquilo que causa dores e angústias, em vez de somente a tempestade óbvia. Aproveite para acordar logo, o mais rápido possível, antes que o próximo despertador faça mais barulho e estrago, por não ter resolvido o anterior. Há pessoas que apertam o botão “soneca” por décadas a fio. Entendo que manter o equilíbrio racional é um desafio e resolver pendências diminui o barulho acumulado. Vivamos um dia de cada vez, cinco bolas por vez…
A vida escorre entre os dedos somente para os desavisados, distraídos ou teimosos, vivendo no passado ou no futuro pelo tipo errado de resistência. Para quem não diminui seu próprio valor, comparando-se exaustivamente às outras pessoas, a vida traz colheita. Somos todos diferentes, cada um traz uma receita especial dentro de si, com ingredientes únicos e peculiares. Não fixe seus objetivos com base no que O Grande Outro Mítico acha importante. Ele simplesmente não sabe das suas mazelas, das suas experiências, pensamentos, dores e delícias. Por mais assustador que isso pareça a princípio, só você está em condições de escolher o que é melhor para si mesm@, acostume-se a essa ideia, responsabilize-se por sua felicidade e tudo se encaixa.
Não corra tanto, pois aí tudo vira um borrão e você esquece onde esteve ou para onde vai: a vida não é uma corrida, mas uma jornada! Ela deve ser desfrutada, passo a passo, prioridade a prioridade, depende de como você ajusta e enxerga, relacionando suas prioridades à sua realidade, mantendo as bolas no ar – e, claro, de vez em quando, cometendo erros, derrubando algumas, trocando em plena trajetória… ter medo de errar é um erro, mas disso falaremos em outra oportunidade. Os momentos podem ser efêmeros, porém, podemos permitir que sejam inspiradores e realizadores.
Alcançar um estado de graça não é “de graça”: exige alguns exercícios de desapego, mesmo nos momentos mais difíceis. Dando, se recebe, e isso funciona para quase tudo: amor, gratidão, respeito… ódio, dor, desonestidade. Já a forma mais garantida de vivenciar uma estiagem emocional é apegar-se demasiadamente a si próprio, levar-se completamente a sério, julgar-se com pesos e medidas distorcidos, fazer/criar somente para si. Erigir um labirinto para sua própria felicidade é o mergulho narcisista mais destrutivo. O meu interessante ponto de vista diz que estamos prontos para dar esses pequenos/grandes passos com equilíbrio, dando asas para o auto amor, a inteligência e a racionalidade.
Alessia Castro
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6 thoughts on “A Corda! Nada bamba”
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(22 de janeiro de 2022 - 2:03 am)Hi, have you ever before thought about to write about Nintendo or PS handheld?
Ester Franco
(21 de fevereiro de 2021 - 9:19 pm)Um dia por vez, um passo de cada vez, agindo assim o agora terá mais sentido e, consequentemente o amanhã será melhor?
Luiz Sá
(6 de janeiro de 2021 - 12:56 pm)Bela reflexão Alessia.
Precisamos estar sempre atentos para não vitimizar a nós mesmo pelas coisas que não dão certo, devemos tê-las como aprendizagem e referência para evoluirmos e fazer diferente, só assim teremos sucesso.
Janete da Silva Corrêa
(6 de janeiro de 2021 - 11:39 am)Escolher prioridades é fundamental no nosso dia a dia tão corrido, parabéns pelo artigo.
Rose Mary q
(6 de janeiro de 2021 - 12:56 pm)Adorei o artigo e a analogia entre a vida e o jogo dos malabares, e nos fornece uma reflexão profunda. Gratidão por compartilhar conosco.
Lucimara Pereira
(6 de janeiro de 2021 - 11:09 am)Excelente reflexão parabéns