Pai e mãe, apesar de suas admiráveis relevâncias específicas, também se saem melhores como guardiões, quando conseguem funcionar em equipe na criação de seus filhos. Creio firmemente que a abordagem de sucesso consiste na cooperação e corresponsabilidade: a abençoada tarefa de educar, quando realizada com união, traz resultados mais consistentes ao longo da vida.
Também incluo aqui as novas-famílias, em configurações que já foram até mesmo nomeadas como “desestruturadas” em idos tempos, ao desafiarem a carcaça do comercial de margarina. A partir da presença/ausência/elaboração de novos membros, personagens e papéis, definidos não apenas pela consanguinidade, mas pelo afeto mais amplo, essas tramas também podem se empenhar como equipe no educar, desde que tragam a intenção de amar, instruir, guiar, cuidar e dar segurança aos filhos.
Nos papéis fluidos de mulher/mãe e homem/pai, esses seres encerram poderes imensos para apoiar, alienar ou destruir um ao outro, mas o inverso também é verdadeiro. A responsabilidade de ambos não deve englobar vaidade ou disputa, mas categoria: as atitudes e ações expressam até que ponto gostamos e gastamos um tempo de qualidade ao lado dos nossos filhos, com alegria e generosidade. Quando esta convivência é partilhada, livre de egoísmo e narcisismo sobre o complexo da criação, o resultado da equação é o sentimento de amor inabalável por parte do filho, que abraça livremente, livre da obrigação de abandonar a um, para ter que servir ao outro.
Estes papéis também determinarão moldes profundos, instalando-se uma marca psíquica que ressoará pelo resto de suas vidas, como no menino que seguirá, intensa ou sutilmente, as regras implícitas por sua mãe, mesmo após se tornar homem casado. Ou a mulher, que procurará nos homens de sua vida a aprovação e o afeto que outrora vivenciou quando menina pelo pai.
Mães possuem essa rica habilidade de repartir tempo e cuidados com seus filhos, pois será através de você que surgirá uma marca indelével em suas vidas.
Isso significa que o relacionamento entre você e seu filho afetará a maneira como ele se relacionará com todas as pessoas com as quais vier a conviver. Compreendam muito bem a diferença que vocês fazem na vida dos seus filhos, agora e no futuro, e ajudem-nos a fortalecer esses vínculos, para favorecer seu ajustamento e sua felicidade em viver bem.
Alessia Castro
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