Um bom desempenho requer conhecimento do comportamento humano em situações de decisão e sob forte pressão.
Podemos utilizar o auxílio de recurso de caráter fisiológico — o nosso próprio temperamento —, melhorando suas boas disposições e corrigindo, os seus defeitos. Este recurso auxiliará o coach na condução do melhor caminho ao seu coachee.
O temperamento é uma característica dinâmica do ser humano, que resulta do predomínio fisiológico de um sistema orgânico (sistema nervoso, sistema sanguíneo) ou de um humor (bílis, linfa) … Portanto, o temperamento é inato no indivíduo. Por isso mesmo, ele nunca desaparece.
Classificação
A classificação foi cunhada por Hipócrates (460-377 a.C.). Segundo ele, os temperamentos fundamentais são quatro: sanguíneo, melancólico (nervoso), colérico (belicoso) e fleumático, conforme predomine a constituição fisiológica. Sendo assim:
- Temperamento sanguíneo: se excita fácil e fortemente por qualquer impressão. A reação pode ser também imediata e forte, mas a impressão ou duração pode ser curta.
MUITA EXCITABILIDADE E POUCA ATIVIDADE INTERNA.
O sanguíneo ante a injúria, raciocina com violência e diz expressões ofensivas; mas esquece rapidamente tudo, sem guardar rancor de ninguém. Desconhece a teimosia. Sacrifica-se com desinteresse. Seu entusiasmo é contagioso e arrebatador.
Dotado de uma exuberante riqueza afetiva, é fácil e se entregar a amizade…
A inconstância e a superficialidade do sanguíneo são próprias, em um instante passa do riso ao pranto, do gozo delirante a uma negra tristeza. Deixa-se arrastar facilmente pela gula e luxúria.
- Temperamento melancólico: a excitabilidade do melancólico é débil e difícil ao princípio, mas forte e profunda por repetidas impressões. Quanto à duração, pode ser larga. O melancólico não esquece facilmente.
POUCA EXCITABILIDADE E MUITA ATIVIDADE INTERNA.
São naturalmente inclinados à reflexão, à solidão, ao silêncio, à piedade e vida interior. Compadecem-se das misérias do próximo, são benfeitores da humanidade.
Sua inteligência pode ser aguda e profunda. É um pensador e gosta do silêncio e da solidão. Sente atração pela arte e pela ciência. Seu coração é de uma grande riqueza sentimental. Quando ama, dificilmente se desprende de suas afeições. Sofre com a frieza ou a ingratidão. Dessa maneira, é o temperamento oposto ao sanguíneo.
O melancólico tende à tristeza. Não possui o coração na mão como o sanguíneo, mas saboreia a sós sua amargura. Sente-se inclinado ao pessimismo, ao ver sempre o lado difícil das coisas. Isto o torna retraído e tímido, propenso à desconfiança, ao desalento, à indecisão e à solidão.
- Temperamento colérico: se excita pronta e violentamente. Raciocina num instante. Mas a impressão lhe fica na alma por muito tempo.
MUITA EXCITABILIDADE E MUITA ATIVIDADE INTERNA.
Possuem entendimento agudo, vontade forte, concentração, constância e liberalidade.
Os coléricos (ou belicosos) são apaixonados, obstinados, tenazes e voluntariosos. Práticos, desembaraçados, são mais inclinados a obrar do que a pensar. O repouso é contra sua natureza. São homens de governo. Se surgem obstáculos, esforçam-se para os superar.
Vencidos, guardam o ódio no coração até a hora da vingança. São mais pacientes do que o sanguíneo, mas compreendem menos a dor das outras pessoas.
Tais indivíduos seriam inestimáveis se soubessem dominar-se e governar suas energias. Quando controlam as energias, são tenazes e perseverantes nos caminhos do bem.
- Temperamento fleumático: tem características essenciais com relação à excitabilidade. O fleumático não se excita nunca, ou o faz tão só debilmente. A reação é também débil, quando não chega a faltar por completo. As impressões recebidas desaparecem logo e não deixam vestígios em sua alma.
POUCA EXCITABILIDADE E POUCA ATIVIDADE INTERNA. O fleumático trabalha devagar, mas assiduamente, contanto que não se exija dele um esforço intelectual grande. Não se irrita facilmente por insultos ou fracassos. Permanece tranqüilo, sossegado, discreto e criterioso. Não conhece as paixões vivas do sanguíneo, nem as profundas do nervoso, nem as ardentes do colérico.
Bernardino Santi
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