OS SAPATOS DE CADA UM

“Antes de julgar a minha vida ou o meu caráter… calce os meus sapatos e percorra o caminho que eu percorri, viva as minhas tristezas, as minhas dúvidas e as minhas alegrias. Percorra os anos que eu percorri, tropece onde eu tropecei e levante-se assim como eu fiz. E então, só aí poderás julgar. Cada um tem a sua própria história. Não compare a sua vida com a dos outros. Você não sabe como foi o caminho que eles tiveram que trilhar na vida.”

(Clarice Lispector)

Por que adotamos o hábito de julgar tanto as pessoas? Muitas vezes não sabemos a real situação que aquela pessoa passa, mas mesmo assim, julgamos. Por exemplo, no caso de uma mulher que é agredida continuamente pelo marido, os julgamentos e comentários dos vizinhos e pessoas próximas são: “que absurdo, como alguém se submete a isso?”; “por que ela não denuncia? É só dar queixa”; “é uma sem vergonha, gosta de apanhar!!!”; “ah, se fosse comigo!”. Essas são algumas frases que ouvimos em alguns casos que acontecem.

Será que se fosse com quem está julgando, seria diferente mesmo? A escolha desta pessoa seria outra de fato? E por que seria diferente? E se calçasse os sapatos desta mulher?  Qual será a real condição, que a faz sofrer tais agressões? Medo pelos filhos ou pela sua própria vida? Baixa autoestima, falta de amor próprio e/ou sentimento de não merecer ser amada, respeitada, reconhecida como uma pessoa capaz de fazer suas próprias escolhas, quem sabe? Talvez porque seja sozinha e não tenha família. Enfim, seja qual for o motivo, esta é a escolha desta mulher.

Sabe qual a razão dos julgamentos que fazemos constantemente, sejam eles quais forem? O nosso ego, porque consciente ou inconscientemente, precisamos nos sentir melhores que os outros. Temos a necessidade de expressar determinadas atitudes, provar que somos melhores, mais inteligentes, mais felizes, etc. E o prazer de dizer: eu nunca faria isso!  Mas, ao mesmo tempo, nos esquecemos que quando estamos falando dos outros, julgando os outros, estamos dizendo mais de nós mesmos do que dos outros. Talvez tentando abafar cada vez mais, aquilo que existe em nós e que reconhecemos no outro, e rejeitamos. Lembra? Temos dentro de nós o lado luz e o lado sombra? E não adianta sufocar o lado sombra, o ideal é aceitar que existe e buscar o nosso verdadeiro equilíbrio.

Percebe como somos egoístas? Fechamos a porta da empatia com o próximo. Mas você ainda pode dizer:  mas eu sou empático, pois se um amigo ou um familiar, me procura para desabafar, eu sou capaz de calçar os sapatos dele, tentando compreender a situação.

Então, neste caso, você pode até conhecer a real dimensão do problema e talvez não julgue, simplesmente ouve e tenta ajudar. Ou seja, a sua empatia (quando se coloca no lugar do outro, ou, calça os seus sapatos) serve apenas para as pessoas que você conhece, mas e as demais pessoas? É fácil julgar, apontar o dedo, pois não se conhece a real história, e muitas vezes não faz questão de saber, mas mesmo assim, julga. Porque é neste momento onde seu ego pode dizer: eu sou melhor que esta pessoa, e o sapato que ela calça não me interessa experimentar. O ato de julgar a todos e às vezes a si mesmo, é um exercício. É como um hábito. E se toda situação que aparecesse na sua vida, onde você tivesse a opção de julgar, você primeiro tentasse calçar os sapatos da pessoa?  Aí então, chegar a conclusão de  que somos pessoas, todas diferentes e únicas, por isso temos certos tipos de comportamentos definidos, personalidade  e um interior muito significativo, que mostra quem somos. E que todos nós temos escolhas. E não nos cabe julgar se tal escolha é boa ou má. É simplesmente uma escolha, perante o ponto de vista e a realidade de cada um. Respeitar a escolha de cada um, é o melhor exercício que devemos praticar.

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Rosângela Siqueira

Coach certificada pela Sociedade Internacional do Mindset, Especialista em Emagrecimento Definitivo e Programação Neurolinguística (PNL) aplicada ao Coaching,Formada em Comunicação Social, Administração de Empresas e pós graduada em áreas financeiras, onde trabalhou por mais de 30 anos. Dedicada aos estudos de Mecânica Quântica, Metafísica, Lei da atração, Autoconhecimento e Espiritualidade desde 2017.

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Post Author: Rosângela Siqueira

Coach certificada pela Sociedade Internacional do Mindset, Especialista em Emagrecimento Definitivo e Programação Neurolinguística (PNL) aplicada ao Coaching,Formada em Comunicação Social, Administração de Empresas e pós graduada em áreas financeiras, onde trabalhou por mais de 30 anos. Dedicada aos estudos de Mecânica Quântica, Metafísica, Lei da atração, Autoconhecimento e Espiritualidade desde 2017.

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